Pesquisadores sugerem que a exposição à luz artificial pode aumentar o risco de uma série de condições, como obesidade, diabetes, depressão e até mesmo câncer. Mas, com algumas mudanças de hábitos simples, é possível encontrar o equilíbrio e, o que é melhor, garantir melhores noites de sono. As informações são do site do jornal britânico Daily Mail.

 

Um relatório científico da European Comission, do ano passado, concluiu que a exposição à luz artificial pode estar associada ao maior risco de câncer de mama e também pode causar doenças gastrointestinais, cardiovasculares, de humor e do sono.

 

Outra descoberta, publicada recentemente no Journal of Neuroscience, tem a ver com o significado das cores da luz. Hamsters expostos à luz azul durante a noite se mostraram mais depressivos, enquanto a luz vermelha produziu um pequeno efeito no humor. Os pesquisadores afirmam que os resultados podem ter implicações também nos humanos e recomendam a luz vermelha para o quarto. Isso não quer dizer que a luz artificial seja algo ruim, mas vale saber como usá-la para ter um sono mais tranquilo e diminuir o risco de outros problemas. Veja algumas dicas a seguir.

 

Nosso corpo não está preparado para as lâmpadas 
Estudos sugerem que a super-exposição à luz durante a noite aumenta o risco de câncer. Uma pesquisa recente feita com mais de 2 mil homens mostrou que trabalhadores noturnos podem apresentar maior propensão ao risco de câncer de próstata. Mas os especialistas alertam que não é só quem trabalha à noite que corre risco. O problema, segundo explica o professor Richard Stevens, da University of Connecticut Health Center, é que a luz elétrica está em nossas vidas há pouco tempo – há cerca de 100 anos apenas. “Isso confunde nossos mecanismos internos”.

Ele explica que a luz artificial confunde nosso ritmo circadiano, que faz com que o corpo relaxe e fique alerta em determinados períodos do dia, e também libera uma série de hormônios.

 

Sendo assim, qualquer coisa que afete nosso relógio biológico pode trazer diversos efeitos. Assim como o câncer, estudos mostram que isso pode aumentar o risco de diabetes, obesidade, pressão alta, problemas cardíacos e depressão.

 

A luz artificial pode fazer engordar
Nosso relógio biológico também controla hormônios como a grelina, insulina e serotonina, que estão envolvidas com o apetite, com o armazenamento de gordura e com o humor – esse é o motivo por que qualquer tipo de perturbação pode afetar o peso, a diabetes tipo 2 e a depressão.

 

Estes problemas poderiam ter seu risco aumentado devido à exposição à luz artificial em horários inapropriados, mas os especialistas alertam que são necessárias mais pesquisas neste campo para entender a relação disso com doenças crônicas e câncer.

 

Computadores podem causar insônia
Estudos já comprovaram que mesmo as luzes mais claras, usadas em casa no fim da tarde ou emitida por computadores e tablets, podem diminuir os níveis de melatonina e, com isso, provocar a insônia. Um estudo de 2011 mostrou que a exposição à luz produzida pelo computador por cinco horas antes de ir para a cama é suficiente para afetar o ritmo circadiano, retardando a liberação da melatonina.

 

Luz azul e seus prejuízos
A raiz do problema, segundo explicam os especialistas dessa área, é que as lâmpadas e as telas de computador produzem uma grande quantidade da chamada “luz azul”. Embora a luz pareça branca aos olhos humanos, ela é  composta de um espectro de cores, sendo que a artificial tem uma grande quantidade de luz azul.

 

A luz azul funciona como um alarme: diminui a melatonina e nos mantém mais acordados. As lâmpadas comuns lançam uma enorme quantidade de luz azul e, embora isso não faça muita diferença durante o dia, à noite pode afastar o sono.

 

Lâmpadas de baixo consumo são piores?
Os novos tipos de lâmpadas que poupam energia lançam mais luz azul do que as tradicionais incandescentes. Ou seja: podem ser boas para a conta de luz, no entanto, são mais prejudiciais ao ritmo circadiano.

 

Não entre em pânico, mas compre uma luz vermelha
Os especialistas afirmam que não é necessário criar pânico com relação ao uso das luzes artificiais. No entanto, recomendam o uso de lâmpadas o mais fracas possível durante a noite e, especialmente nos quartos, considerar o uso de luz vermelha. Isso porque estudos sugerem que elas exercem menos efeito no ritmo circadiano.

 

Outra dica é ir “aprimorando” a iluminação ao longo do dia. Se você quer estar alerta pelas manhãs, pode apostar nas luzes fluorescentes. Antes de ir para a cama, o ideal é diminuir o máximo possível essa exposição.

 

Luz solar durante o dia
Outra recomendação importante é pegar um pouco de luz solar, mesmo durante o inverno, especialmente durante a manhã, quando o relógio biológico responde mais à luz. “No minuto em que você se levantar, abra as cortinas e sente-se perto da janela para o café da manhã”, indica o professor Russel Foster, da Oxford University.

 

Fonte: Terra

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