Férias. Um período para relaxar, guardar o relógio na gaveta e fazer o que quiser quando quiser. Porém, como tudo o que é bom acaba, chegou o momento das crianças voltarem à rotina e respeitarem o horário das aulas. O neurologista infantil dr. Abram Topczewski dá algumas dicas para evitar problemas de adaptação.
“A primeira coisa a ser feita é disciplinar o horário. As férias foram feitas para relaxar e ficar à vontade, mas cerca de uma semana antes de voltar tem que começar a entrar o mais próximo possível do ritmo habitual”, conta o especialista. A fase de adaptação é essencial para que a criança tenha um despertar tranquilo quando tiver que acordar cedo novamente.
Além do sono, o cansaço pode causar irritação. “Quando a pessoa dorme pouco ou mal ela fica intolerante e com menos paciência. Disciplinar dias antes trará uma volta mais relaxada”, conta o dr. Abram.
Alguns jovens optam por dormir à tarde para repor o sono perdido durante a noite, mas esta escolha deve ser feita com cautela. “É um hábito muito individual, tem gente que gosta de descansar depois de comer. Se for o hábito da criança, os pais podem liberar. Mas se dorme muito à tarde vai ter dificuldade para dormir à noite e vai deitar mais tarde. Vira uma bola de neve, porque de amanhã a pessoa fica irritada porque tem que ser despertada. O indivíduo com sono não quer levantar e dá briga”, ressalta Topczewski.
Mas o principal motivo para fazer a readequação ao horário é o rendimento escolar que pode ser prejudicado por causa do cansaço, conforme informa o médico. “Crianças maiores têm que ter bom rendimento escolar e a pessoa cansada fica mais desatenta, o que pode atrapalhar as notas.” Isso principalmente no começo do ano, quando é preciso garantir boas notas para evitar estresse e prejuízos no decorrer do ano.
Por fim, o dr. Abram faz um alerta. “Muitas vezes fazem diagnóstico de déficit de atenção quando na verdade a criança só está dormindo mal. Para diferenciar as análises é preciso que os pais informem sobre como estão sendo as noites de sono das crianças e os sintomas exatos que ela está sentindo.”

Fonte: Folha de Alphaville