Crianças com apneia obstrutiva do sono, forma comum de distúrbio respiratório do sono, têm maior risco de desenvolver Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), bem como outros problemas comportamentais e de aprendizagem.
As descobertas trazem informações úteis para os profissionais médicos que atuam na busca por tratamentos deste distúrbio do sono e seus reflexos no comportamento do paciente. “Também deve ser considerada a possibilidade de que a apneia obstrutiva do sono contribua para dificuldades como hiperatividade, aprendizagem e transtornos comportamentais e emocionais na sala de aula”, afirma a autora da pesquisa Michelle Perfect.
A pesquisa, feita ao longo de cinco anos, examinou 263 crianças hispânicas e caucasianas de 6 a 11 anos, que passaram por avaliações neurocomportamentais. A análise mostrou que 23 crianças tiveram incidentes de apneia ao longo do estudo, e 21 apresentaram o distúrbio de maneira persistente. Os resultados indicaram que as chances de ter problemas de comportamento eram quatro a cinco vezes maiores em crianças com incidência de apneia do sono e seis vezes maiores nas crianças que tinham apneia do sono persistente.
Em comparação com os jovens que nunca tiveram apneia, as crianças com a condição eram mais propensas a problemas nas áreas de hiperatividade, atenção, comportamentos disruptivos, comunicação e sociabilidade. Crianças com apneia do sono persistente também tinham sete vezes mais chances de ter problemas de aprendizagem e três vezes mais chances de ter as notas baixas na escola. “Mesmo que a apneia pareça diminuir na adolescência, ter uma abordagem de ‘esperar para ver’ é arriscado e famílias e clínicos devem identificar potenciais tratamentos”, afirma Perfect.
De acordo com a Academia Americana de Medicina do Sono, apneia obstrutiva do sono ocorre em cerca de 2% das crianças que são saudáveis. As crianças com apneia do sono têm, geralmente, amígdalas e adenoides maiores do que outras crianças da sua idade, e a maioria das crianças com apneia do sono têm uma história de ronco alto. Opções de tratamento eficazes para crianças incluem a remoção cirúrgica das amígdalas e adenoides.
Fonte: ISaúde
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