O ômega-3, nutriente encontrado em alimentos como peixes, linhaça, castanha e azeite, já foi associado aos mais variados benefícios à saúde – entre eles, proteger o coração, melhorar a memória e retardar o envelhecimento das células. Agora, pesquisadores britânicos sugerem, pela primeira vez, que a substância pode garantir uma boa qualidade do sono em crianças de até nove anos.
Em um novo estudo, especialistas da Universidade de Oxford, na Grã-Bretanha, chegaram à conclusão de que 600 miligramas diárias de ômega-3 são suficientes para ajudar no sono infantil. Essa quantidade equivale, por exemplo, a cerca de 50 gramas de sardinha ou 70 gramas de salmão.
Participaram da pesquisa 362 crianças de sete a nove anos. Durante dois meses, parte delas tomou um suplemento de 600 miligramas de ômega-3 diariamente e o restante, pílulas de placebo. No início do estudo, os pais responderam a um questionário sobre a qualidade do sono de seus filhos, dizendo se eles costumavam demorar para dormir ou acordar no meio da noite, por exemplo. Depois, os pesquisadores colocaram sensores que medem a qualidade do sono em 43 crianças que apresentavam esse tipo de problema. No final do levantamento, os níveis de ômega-3 na corrente sanguínea foram medidos em todos os participantes.
Nutriente benéfico — Os resultados comprovaram que maiores níveis de ômega-3 no sangue estão associados a uma melhor qualidade do sono. Segundo a pesquisa, as crianças que receberam os suplementos do nutriente passaram a dormir cerca de uma hora a mais do que as que ingeriram placebo. Elas também acordavam menos no meio da noite e levavam menos tempo para dormir.
Ainda de acordo com o estudo, as crianças com menores níveis de ômega-3 no sangue, além de serem as que apresentavam mais distúrbios relacionados ao sono, também foram aquelas que tiveram mais problemas de aprendizagem relatados por seus pais. “Recentes estudos apontam como o ômega-3 está relacionado ao desempenho escolar e ao comportamento. Assim, sugerimos que isso está atrelado a problemas ligados ao sono”, diz Alex Richardson, um dos autores do estudo.
A pesquisa, divulgada nesta quinta-feira pela universidade, será publicada na próxima edição do periódico Journal of Sleep Research.
Fonte: Veja
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