A agonia de acordar e não conseguir se movimentar, ou sequer abir os olhos, é uma experiência por que muitas pessoas já passaram. Bárbara Souza, estudante de Jornalismo da UFRJ, é uma das que se assustou com a sensação nada agradável. “Acordei e abri os olhos, mas não consegui mover meu corpo. Achei que fosse um sonho estranho, mas fiquei muito nervosa quando vi que estava acordada”, conta. “Fiquei querendo falar mas também não consegui. É apavorador”, lembra.
Esse pesadelo real pode ser sintoma de uma doença denominada narcolepsia. É o que afirma o neurologista do Hospital São Vicente de Paulo, Daniel Schachter. O médico explica que a incapacidade de se movimentar logo após acordar – a paralisia do sono -, é causada por conta de uma substância produzida pelo cérebro, a orexina (ou hipocretina), que tem a função de ativar algumas áreas do principal órgão do sistema nervoso quando acordamos. A produção desse peptídeo é a causa da narcolepsia.
“A paralisia acontece na transição da vigília para o sono, ou no contrário. A pessoa pode ficar sem se mexer durante um ou dois minutos apenas”, disse. Há quem tema ficar sem respirar, mas o especialista afirma que não passa de uma sensação. “Ninguém fica, de fato, sem respirar. A paralisia do sono pode vir acompanhada dessa impressão, mas não há risco de morte por asfixia”, destacou.
Essas sensações desesperadoras também podem ser outro sintoma da narcolepsia: as alucinações hipnagógicas. “A pessoa sente alguma presença assustadora, algo que provoca medo. Geralmente acontece logo quando se está quase pegando no sono. É como se o cérebro não soubesse se está acordado ou dormindo”, explicou os episódios, que muitas vezes também são associados ao espiritismo.
A narcolepsia também pode provocar sonolência excessiva durante o dia e também a catalepsia, que provoca uma fraqueza muscular súbita, com desmaios em casos de emoções como riso e susto.
Saiba como tratar a doença
Daniel Schachter explica que alterações no sono são bastante comuns, e que a apresentação de alguns dos sintomas da narcolepsia não significa, necessariamente, ter a doença. No entanto, a narcolepsia pode ser causada desde simples alterações endógenas até mesmo por lesões cerebrais, que podem acarretar tumores, aneurismas e acidentes vasculares. Por isso, o essencial é consultar um neurologista.
Quando primária, a narcopepsia tem tratamentos simples, que não exigem medicamentos. Evitar antes de dormir o consumo de substâncias ricas em cafeína, como café e refrigerantes, além de substâncias analgésicas, pode melhorar a qualidade do sono e evitar a paralisia. Fazer exercícios regularmente, além de tirar um cochilo de 20 minutos à tarde, também ajuda a regular o sono e aliviar o estresse, que é um agravante.
Além disso, o neurologista recomenda manter uma higiene do sono, que significa não se expor a alta luminosidade à noite, dormir em locais confortáveis e sem luminosidade ou televisão, longe de celulares, e evitar as refeições pesadas.
Fonte: SRZD
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