Dormir mais aos finais de semana não é suficiente para reparar todos os danos causados à saúde pelas poucas horas de sono durante o restante da semana. Essa é a conclusão de um estudo publicado nesta quarta-feira no periódico American Journal of Physiology-Endocrinology and Metabolism. Segundo os autores da pesquisa, o hábito pode até diminuir a sensação de sonolência e o stress, mas não é capaz de evitar problemas causados pela privação do sono, como dificuldade de concentração.
No artigo, os autores explicam que há uma série de explicações para o fato de dormir pouco estar relacionado a danos à saúde e até a uma menor expectativa de vida. Segundo os pesquisadores, um sono insuficiente pode, por exemplo, elevar os níveis de moléculas no corpo que estão relacionadas a quadros de inflamação, além de aumentar a quantidade de cortisol, um hormônio secretado em situações de stress, e desregular as taxas de açúcar no sangue.
Testes — No novo estudo, cientistas da Universidade Penn State, nos Estados Unidos, conduziram, durante 13 dias, uma série de testes com 30 adultos saudáveis. Nas primeiras quatro noites do experimento, os voluntários puderam dormir durante oito horas; nos outros seis dias, eles dormiram apenas seis horas por noite; e, nos últimos três dias do estudo, puderam dormir até dez horas por noite.
No decorrer do experimento, os participantes foram submetidos a uma série de exames que analisaram a atividade cerebral durante o sono, além de seus níveis de hormônios e outras substâncias no sangue sanguíneas. Os voluntários também realizaram um teste que avaliou a capacidade de concentração e de realizar tarefas de cada um. Nele, foram orientados a apertar um botão toda vez que um ponto aparecia em uma tela.
Não compensa — Os resultados dos testes revelaram que as dez horas de sono por noite foram suficientes para diminuir a sonolência e o stress dos voluntários, causados pelas poucas horas de sono dos dias anteriores. O desempenho dos participantes no teste de atenção, porém, foi o mesmo tanto após uma noite de sono mal dormida quanto após dez horas de sono.
Para os autores do estudo, a descoberta é relevante para se pensar melhor sobre profissões que não permitam desvios de atenção, como médicos, pilotos de avião e motoristas. Os pesquisadores acreditam que mais testes são necessários para definir quais são os efeitos a longo prazo do ciclo de restrição e recuperação de sono nos indivíduos.
Fonte: Veja
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